domingo, 8 de maio de 2022


Entenda como criar anúncios com melhor viewability
Fonte: Google

Historicamente, a publicidade só leva o viewability de um anúncio em conta quando o objetivo da campanha é construção de marca.

E, de fato, ele tem se provado uma métrica importante para isso - pesquisas mostram uma relação consistente entre tempo de visualização de um anúncio e aumento no reconhecimento e na consideração de uma marca.

O viewability - ou seja, o potencial de visibilidade - é uma métrica que avalia se um anúncio tem chance de ser visto por um usuário. 

Ela fornece aos profissionais de marketing informações sobre o número de vezes que os anúncios são realmente exibidos.

Por que isso é importante?

Um anúncio não conseguirá causar impacto, alterar uma percepção ou construir confiança na marca se não for visualizado.

A visibilidade ajuda os profissionais de marketing a entender o desempenho da campanha e permite que o investimento em publicidade seja alocado de acordo com a mídia mais relevante.

O viewability de anúncios do YouTube continua liderando o setor, independentemente se a meta for alcançar um público global ou local.

Os vídeos exibidos no YouTube têm uma taxa de viewability de 95%, tanto na web como nos aplicativos, um valor bem superior à taxa de 68% para os anúncios em vídeo mostrados em outros sites ou plataformas.



Apenas metade de todas as impressões terão chance de serem vistas se usarmos os anúncios da Rede de Display.

Embora esses números globais reflitam uma tendência mundial, as taxas de viewability variam de acordo com a região.

Vários fatores afetam o viewability de um anúncio em vídeo. 

Embora não seja possível alterar alguns deles, como região e setor, você pode seguir etapas específicas para garantir que seu anúncio tenha mais chances de ser visto. 

Veja a seguir algumas dicas a serem consideradas ao criar e posicionar seus anúncios em vídeo.

Além da mídia em que os consumidores visualizam o anúncio, o dispositivo também afeta o viewability.

Logo: - o  viewability dos anúncios em vídeo e da Rede de Display é bem maior em smartphones e tablets do que em computadores.

Embora os vídeos acima da dobra ("above the fold") tenham mais chances de serem vistos, o posicionamento do anúncio abaixo da dobra ("below the fold") não deve ser descartado.

Na verdade, 45% dos anúncios em vídeo abaixo da dobra são visíveis.





sábado, 7 de maio de 2022

Gillette. O corte com a masculinidade tóxica



Gillette. O corte com a masculinidade
Texto de Ângelo Fernande

A nova campanha da Gillette “We Believe: The Best Men Can Be” gerou controvérsia. 
O vídeo em questão aborda um conjunto de atitudes e comportamentos identificados como tóxicos, e começa por referir o movimento #MeToo juntamente com o rasgar, literal, do antigo slogan da marca “the best a man can get”, cunhado há 30 anos. 
Enquanto escrevo este texto, o vídeo tem 221 mil likes (gosto) e 591 mil dislikes (não gosto). 
Podemos dizer que há muita gente que não gostou da nova mensagem e fala-se até de um boicote à marca.

Antes de mais, quero deixar algo bem claro: não há nada de errado com a masculinidade. Nada. Este vídeo, da forma como o interpreto (e penso que a mensagem seja evidente) não é um ataque aos homens, nem almeja a destruição dos mesmos da face do planeta. 
A nova campanha da Gillette é um convite à reflexão sobre um conjunto de comportamentos e atitudes que são tóxicas e que limitam a educação e desenvolvimento dos rapazes. 
São valores que prejudicam os rapazes e raparigas, homens e mulheres. E se prejudicam, por que razão há tanta reação contestatória?
Porque falamos de atitudes que são socialmente aceites, que são reproduzidas de forma inconsciente e que foram sendo naturalizadas ao longo dos tempos.

A verdade é que este vídeo foca algo que não é novidade. Os rapazes continuam a ser educados com base na valorização de atos violentos, reforçando o uso da força nas suas relações, comportamentos de bullying, exclusão dos colegas que são diferentes ou que não são aceites dentro deste paradigma, e também na objetificação das mulheres e hipersexualização das mesmas. 
É isto que o vídeo aborda. Questiono-me se o que incomoda é o conteúdo do vídeo, ou se é o facto de ser uma marca conhecida a fazê-lo.
Estes comportamentos que referi anteriormente fazem parte da realidade dos homens, em especial dos homens que foram vítimas de violência sexual. 
Uma das razões pelos quais estes homens permanecem em silêncio vários anos e não procuram apoio deve-se à forma como são vistas e valorizadas as ideias tóxicas relacionadas com a masculinidade.

As ideias erradas de que um homem não pode chorar, que é fraco se foi vítima, que não é tão homem se não soube defender-se e não é de todo homem se não sabe resolver os seus problemas sozinho, continuam enraizadas na sociedade e são obstáculos à procura de apoio. 
Os sobreviventes de violência sexual que procuram os serviços da Quebrar o Silêncio referem isto e a literatura também: a visão tradicional da masculinidade não está a funcionar.

Concorde ou não que esta tenha sido um campanha de marketing para “viralizar” e tornar a Gillette pertinente ou mais visível, a verdade é que esta semana estamos a discutir o que são as masculinidades e os comportamentos tóxicos. 
Aproveito a frase final do vídeo “Porque os rapazes que vemos hoje serão os homens de amanhã” para questionar: não será este o terreno em comum, a ponte que nos une? 
É com esta frase que podemos partir para uma reflexão e construção saudável e produtiva. Enquanto educadores das gerações mais novas, quais são os valores que queremos valorizar?
Para assistir clique aqui > https://www.youtube.com/watch?v=koPmuEyP3a0

quarta-feira, 4 de maio de 2022

Criatividade, o que você acha sobre isso?

 

Criatividade, o que você acha sobre isso?

Autor: Eng. Marco Antonio Garcia Jorge

O tema criatividade merece grande atenção por parte de acadêmicos, profissionais, estudantes, enfim, por toda a sociedade. A criatividade é intrinsicamente humana, dependente da cognição e se desenvolve em contextos variados, que dificultam os pesquisadores determinarem regras específicas sobre seu processo de formação e expansão. A cognição é o ato ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo de valor, imaginação, pensamento e linguagem, cuja origem refere-se normalmente a Platão e Aristóteles.

  

Outra questão que dificulta o entendimento de pesquisadores é que a criatividade é infinita. Enquanto houver pessoas, haverá espaço para criatividade. Enquanto houver sociabilização, haverá espaços criativos. A criatividade tem um significado tão vasto e aplica-se a tantas áreas que uma forma específica de perceber esse constructo se torna redutora do seu valor. Outros termos que se relacionam com a criatividade são: imaginação, motivação, coragem, valor, saber, originalidade, inovar, talento, criar algo novo, etc.

 Para os acadêmicos, todo ser humano possui criatividade, em diferentes níveis de habilidades. Para uns, é possível desenvolver o que chamam de potencial criativo, outros criaram uma taxonomia para classificar criatividade segundo o lugar de origem e a forma como se manifesta. Porém, nem sempre foi assim: na antiguidade, a criatividade era vista como dom divino, um "estado místico de receptividade de alguma mensagem de entidades divinas."

 

  Esse texto inicia com as definições para o constructo criatividade, apresenta as classificações mais comuns sobre o tema e exemplifica alguns campos de ação. A seguir, aborda a física da criatividade, uma alusão aos conceitos de força e potencial dos ensinamentos de física e complementa com o processo criativo. Ao final, tece as conclusões do autor.


 

Criatividade: definições

 

Algumas definições dos autores para o constructo criatividade, desenvolvidos nas últimas seis décadas:

 "Criatividade é o processo de mudança, de desenvolvimento, de evolução na organização da vida subjetiva", Ghiselin (1952)

  

"criatividade representa a emergência de algo único e original" (Anderson, 1965);

 "criatividade é o processo de tornar-se sensível a problemas, deficiências, lacunas no conhecimento, desarmonia; identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses a respeito das deficiências; testar e retestar estas hipóteses; e, finalmente, comunicar os resultados" (Torrance, 1965);

 "criatividade é o processo que resulta em um produto novo, que é aceito como útil, e/ou satisfatório por um número significativo de pessoas em algum ponto no tempo" (Stein, 1974);

 Segundo Flieger , "manipulamos símbolos ou objetos externos para produzir um evento incomum para nós ou para nosso meio". (Flieger, 1978);

"um produto ou resposta serão julgados como criativos na extensão em que a) são novos e apropriados, úteis ou de valor para uma tarefa e b) a tarefa é heurística e não algorística" (Amabile, 1983).

 A figura abaixo ilustra uma situação metafórica, onde a criatividade do homem se faz presente duas vezes: a primeira, pela invenção da lâmpada, pelo proeminente inventor Thomas Edison, que registrou 2.332 patentes; a segunda, pela própria invenção que simulando a criatividade da mente humana, está prestes a acender a si própria.

 

Criatividade: conteúdo e formas:

 A criatividade teve diferentes significados e conotações ao longo do tempo. Já foi considerada dom divino na idade média, mas também associada a loucura, onde as manifestações criativas eram tidas como um atos impensados, que serviriam de compensação aos desajustes e conflitos inconscientes da pessoa.

 

Pode-se classificá-la segundo o lugar de origem e a forma como se manifesta. Um exemplo de classificação por lugar de origem é a seguinte:

 

Criatividade individual: é a forma criativa expressa por um indivíduo;

 

Criatividade coletiva ou de grupo (equipe): forma criativa expressa por uma organização, equipe ou grupo. Surge geralmente da interação de um grupo com o seu exterior ou de interações dentro do próprio grupo e tem como objetivo principal otimizar ou criar produtos, serviços e processos.

 

Nas organizações modernas a "criatividade em equipe" é o caminho mais curto e mais rápido para modernização e atualização de seus diversos métodos de gestão e de produção. Quando transformada em produtos e serviços, isto é, quando a criatividade é posta em prática, podemos gerar as inovações. Larry Hirst (IBM) afirmou que a "Invenção é a transformação de dinheiro em ideias, inovação é a transformação de ideias em dinheiro". Inovação tem pois este carácter de concretização, que só assim poderá gerar criação de valor, comum às organizações com foco nos clientes. Para ele, o conceito de criatividade é aplicável no contexto pessoal, fora do contexto empresarial, onde o foco é a inovação.

 

A "Física" da Criatividade:

 

Pode-se definir forças de ação e reação para a criatividade, como uma metáfora que referencia a terceira lei de Newton:

 Forças de ação a favor da criatividade – motivação, espírito empreendedor, coragem, talento e vontade de criar algo novo são forças que atuam em prol da criatividade. Iniciativas que incentivam e elogiam as ações, que valorizam as iniciativas, também atuam como forças capacitadoras, isto é, forças de ação;

 Forças de reação contra a criatividade – barreiras emocionais, impedem as pessoas de usarem plenamente sua imaginação, especialmente, o medo de errar e parecer ridículo. Outra barreira natural é a necessidade de dedicação, de tornar-se expert, pois através da domínio da técnica é que as pessoas podem superar o domínio da arte e criar. O medo do novo, a manutenção de paradigmas e status quo são outras forças de reação.

 Para os autores Duailibi e Simonsen Jr., criatividade e inovação são indissociáveis, mas não sinônimos: a primeira, é a faísca; a segunda, a mistura gasosa que perdura e se realiza no tempo. A primeira, a descoberta e inspiração; a segunda, o trabalho e a transpiração.

 

 O potencial criativo pode ser visto como um conjunto de pessoas e contexto de grupo favoráveis a geração de ideias incentivados e motivados para solução de problemas:

 aprimorar conhecimentos e habilidades que permitam expandir o dom natural da pessoa ou do grupo;

 a criatividade pode ser vista como um processo em formação que depende de um contexto de grupo para se transformar em inovação.

 

O processo criativo:

 

Os autores definem fases para o desenvolvimento do processo criativo, a saber:

 Percepção do problema. É o primeiro passo no processo criativo e envolve o "sentir" do problema ou desafio. Normalmente, começa no indivíduo;

 Teorização do problema. Depois da observação do problema, o próximo passo é convertê-lo em um modelo mental (Senge, 1990) ou teórico;

 Considerar a solução. Este passo caracteriza-se geralmente pela súbita criação da solução; é o impacto do tipo "achei!". Muitos destes momentos surgem após o estudo exaustivo do problema;

 Produzir a solução. A última fase é converter a ideia mental em ideia prática, um modelo, por exemplo. É considerada a parte mais difícil, de pouca inspiração, mas muito trabalho, muita inspiração;

 Produzir a solução em equipe. Fase comum que ocorre nas empresas e organizações quando precisam, tanto diagnosticar ou superar um problema quanto otimizar ou inovar produtos, serviços e processos. Ancoram-se, para tal dinâmica, na conhecida técnica de tempestade de ideias (brainstorm).

 

 Conclusões:

 A importância da criatividade está no seu poder de ação, de uma pessoa para grupos e vice-versa. Os benefícios para a coletividade são incalculáveis: invenções, inovações, melhoria de vida e uma série de outras soluções que evoluíram ao longo dos tempos. Organizações inovadoras criam departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento como forma de disponibilizar recursos para espaços onde o contexto seja aberto a criação. O próprio entendimento do homem em relação ao conceito, ao que é criatividade, evoluiu de uma ideia maluca para a solução do mundo nos tempos modernos. Ainda bem que seja assim!

 

Referências:

MASI, Domênico de. Criatividade e Grupos Criativos. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

SENGE, Peter. A quinta disciplina. Rio de Janeiro: Campus, 1990.

WIKIPEDIA, pt.wikipedia.org/wiki/Criatividade, acesso em 08-03-2012.